top of page
Foto do escritorLEFAN Design

Entenda a Jornada de Trabalho e as Horas Extras dos Bancários: Seus Direitos Explicados



A jornada de trabalho dos bancários tem regras específicas, garantindo uma carga horária diferenciada e o pagamento de horas extras, principalmente para aqueles que não ocupam cargos de confiança. Contudo, o não cumprimento dessas normas é uma situação recorrente em bancos, levando muitos profissionais a buscar justiça para garantir seus direitos. Neste artigo, vamos abordar as particularidades da jornada de trabalho dos bancários, as condições para a caracterização do “cargo de confiança” e os direitos de quem atua além da sexta hora diária.


A Jornada Especial dos Bancários e o Direito à 7ª e 8ª Hora


De acordo com a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), a jornada de trabalho para bancários é de 6 horas diárias, totalizando 30 horas semanais. Esse benefício visa a preservar a saúde desses trabalhadores, que estão frequentemente submetidos a um ambiente de alta pressão e cobranças rigorosas.

No entanto, há casos específicos em que a jornada pode ser estendida para até 8 horas diárias, desde que sejam atendidas certas condições, como o exercício de um cargo de confiança. Quando essa extensão não é aplicada de acordo com a lei, o bancário tem direito ao pagamento da 7ª e 8ª hora como horas extras, com todos os acréscimos devidos, incluindo reflexos em 13º salário, férias, FGTS, entre outros.


Entendendo o Cargo de Confiança e Seus Critérios


Para que um bancário seja considerado em cargo de confiança e tenha uma jornada estendida, é necessário que ele atenda a critérios específicos previstos pela legislação trabalhista. Apenas a designação do cargo com títulos como “supervisor” ou “coordenador” não é suficiente. Segundo a CLT, o bancário em cargo de confiança precisa efetivamente exercer funções com poder diretivo, como:


  • Tomar decisões de impacto dentro do banco, incluindo contratação e demissão de subordinados;

  • Conceder empréstimos além do que está pré-aprovado pelo sistema bancário;

  • Negociar taxas de juros diferenciadas para os clientes;

  • Coordenação e supervisão direta de equipes e de tarefas.


Se o bancário não possui autonomia para tomar decisões estratégicas e não tem poderes de mando e gestão, o cargo de confiança é descaracterizado. Nesse caso, ele pode requerer o pagamento das horas trabalhadas após a sexta hora como horas extras, conforme garante a legislação trabalhista.


Horas Extras e Reflexos nos Demais Direitos


Quando o banco não remunera a 7ª e 8ª hora trabalhada como extra, o bancário tem o direito de buscar a justiça para receber essa diferença. Em caso de vitória na justiça, além das horas extras, o banco deverá refletir esse valor sobre outras verbas trabalhistas, incluindo:


  • 13º salário e férias acrescidas do adicional constitucional;

  • Participação nos Lucros e Resultados (PLR), quando houver;

  • FGTS e a multa de 40% sobre o FGTS, em caso de demissão sem justa causa.


Além disso, o prazo para requerer judicialmente o pagamento de horas extras é de até 2 anos após o desligamento do banco. Caso esse prazo seja ultrapassado, o direito de reivindicar os valores é perdido.


Como Saber se Você Tem Direito às Horas Extras?


Para identificar se você tem direito ao pagamento da 7ª e 8ª hora como extra, é fundamental fazer uma análise do seu cargo e das atividades que exerce no banco. Documentos como a descrição das funções e testemunhos de colegas são importantes para provar a falta de poderes de gestão e descaracterizar o cargo de confiança.


Além disso, contar com o apoio de um advogado especializado em direito trabalhista bancário é essencial para avaliar a situação e, se necessário, iniciar o processo judicial com a documentação completa.


Entender os direitos em relação à jornada de trabalho e ao pagamento de horas extras é essencial para os bancários. Se você atua na área e acredita que seu cargo de confiança não está sendo aplicado corretamente ou que suas horas de trabalho estão além do permitido, busque orientação jurídica. Garantir que os bancos respeitem a legislação trabalhista é uma maneira de assegurar condições justas e proteção para sua carreira.

0 visualização0 comentário

Comments


bottom of page